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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Estatutos do Homem



(Ato Institucional Permanente)
Carlos Heitor Cony



Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.


Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.





Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.




Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.



Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI

Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.


Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.



Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.


Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.



Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.



Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.





Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.


Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem..
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Thiago de Mello

Santiago do Chile, abril de 1964

UM POUCO MAIS DE PIMENTA



A Capsicum frutescens é uma espécie de pimenta que inclui as variedades pimenta-malagueta, pimenta-caiena e pimenta-tabasco (da qual se faz o molho Tabasco), entre outras. É um arbusto pequeno da família das solanáceas, gênero Capsicum, nativo de regiões tropicais da América. Este arbusto possui folhas ovais, acuminadas, flores alvas e bagas fusiformes, vermelhas, bastante picantes, utilizadas como condimento e excitantes do aparelho digestivo. Muito cultivado no Brasil, em Portugal, na África, e em toda a região sul da Ásia.

Também é conhecido pelos nomes de jindungo, maguita-tuá-tuá, ndongo, nedungo e piripíri.

História
Os primeiros europeus a ter contato com esta espécie foram os membros da tripulação que acompanhou Cristóvão Colombo quando desembarcaram pela primeira vez na região das Caraíbas. Além de ser uma iguaria nobre muito apreciada pelos antigos habitantes das Américas, era também utilizada como corante natural e, sobretudo, como medicamento. Menos de um século depois de ser levada à Europa, a pimenta-malagueta ganhou o mundo e, devido às suas qualidades, se espalhou por diversas culturas ancestrais, incluindo a Arábia, a Índia e a China.

Certo é que, além de saudável, a pimenta Malagueta traz sabores e cores especiais aos pratos e pode ser qualificada como um alimento plenamente integrado à cultura e aos costumes de diversos países do mundo, especialmente do Brasil e do México, onde é o principal ingrediente responsável pelas peculiaridades e qualidades gastronômicas típicas mais apreciadas.

Concentra em sua composição altos índices de vitamina C, ácido fólico, betacaroteno (vitamina A), vitamina E, magnésio, ferro e aminoácidos, além de diversas substâncias anticancerígenas.

Propriedades botânicas

Os componentes mais característicos encontrados exclusivamente nas pimentas são enzimas denominadas capsaicinóides, responsáveis pela ardência que produzem quando entram em contato com as células nervosas da boca e das mucosas. São divididas em duas categorias:

Capsaicina
Encontrada nas nervuras do fruto das pimentas vermelhas. Age provocando uma surpreendente aceleração do metabolismo no local, dilatando os vasos capilares e aumentando o fluxo sanguíneo, o que propicia um substancial aumento do fluxo de nutrientes e de oxigênio à área atingida e, além disso, estimula as ramificações nervosas, elevando a capacidade dos sistemas imunológico e antiinflamatório e melhorando a capacidade de cicatrização e a ação bacteriológica.

Piperina
Muito concentrada na pimenta-do-reino, porém presente também nas sementes de diversas espécies de pimentas hortícolas.

Essas duas substâncias isoladas não possuem qualquer cheiro ou sabor, apesar do ardor que ambas provocam, cada qual ao seu modo. A piperina produz ardência através da ação causticante, queimando as células superficiais da mucosa atingida.

Confirmando conhecimentos de antigas culturas e da sabedoria popular mais recente, pesquisas atuais demonstram que a ação da capsaicina protege o aparelho digestivo contra danos causados por substâncias agressivas, como álcool e alimentos ácidos, além de aumentar a velocidade de trabalho das funções intestinais. Além disso, seu efeito na boca e nas gengivas, estimula a salivação e limpa os dentes e, através da ação vasodilatadora, aumenta os batimentos cardíacos e a sudorese.

Um dos piores mitos associados à pimenta é o de que provocaria ou agravaria gastrite, úlcera e hemorróidas. Entretanto, nada disso é verdade.

A ação metabólica

A ação da pimenta e seus efeitos no metabolismo humano acontecem da seguinte forma: Quando uma pessoa ingere um alimento apimentado a Capsaicina ou a Piperina estimulam os receptores sensíveis existentes na língua e na boca. Ao serem atingidos químicamente por tais substâncias, esses receptores nervosos transmitem ao cérebro uma mensagem informando que a sua boca estaria sofrendo queimaduras. Imediatamente o cérebro gera uma resposta ordenando ações no sentido de salvá-lo do suposto fogo e, com isso, vários agentes entram em cena para refrescá-lo: a pessoa começa a salivar, sua face transpira e seu nariz fica úmido. Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, seu cérebro, enganado pela informação que sua boca estaria pegando fogo, começa a fabricar endorfinas que permanecem por um bom tempo no seu organismo, provocando uma sensação de bem-estar.

Toda essa superatividade na região atingida pelos capsaicinóides se traduz numa substancial aceleração do metabolismo, tal como está descrito no parágrafo das Propriedades Botânicas acima, provocando grande aumento do fluxo sanguíneo e da concentração de leucócitos - que são os defensores do nosso organismo e do nosso sistema imunológico - resultando numa ação concentrada, um vedadeiro mutirão de limpeza, de manutenção e de reparo das estruturas celulares locais. Essa atividade continua acontecendo igualmente ao longo de todo o aparelho digestivo, produzindo os mesmos efeitos nas mucosas e órgãos por onde passa o alimento.

Além da coloração intensa e dos sabores picantes, associados aos caprichos e à sedução, a pimenta historicamente tem sido considerada como um suposto afrodisíaco. Já no século XVI era proibida aos jovens sob a suspeita de estimular a sensualidade. Mas tudo isso surpreendentemente pode ter fundamentos razoáveis, uma vez que a Capsaicina, ao provocar o aumento dos níveis de endorfina, faz com que o sistema nervoso central responda com uma agradável sensação de prazer e bem estar, além de elevar a temperatura corporal e ruborizar a face, condições propícias ao afloramento espontâneo da sensualidade.


A malagueta silvestre no Brasil

A pimenta-malagueta silvestre, também conhecida no Brasil como malaguetinha caipira, destaca-se pela alta concentração da capsaicina e baixíssimos teores de piperina, o que faz com que seus efeitos no organismo humano sejam predominantemente benéficos. Além disso, seu sabor inconfundível e marcante e seu aroma agradável fazem dela a variedade mais apreciada e mais apropriada à maioria dos pratos. Contudo, é importante salientar que as espécies de pimenta comercializadas como sendo malagueta, via de regra são espécies híbridas, resultantes de cruzamentos realizados para desenvolver variedades mais produtivas, mais resistentes a pragas e menos atrativas aos pássaros e insetos, uma vez que a malaguetinha original é altamente susceptível a todos esses ataques.

A cultura popular no interior dos estados de Minas Gerais e de Goiás, no Brasil, identifica a maioria das variedades encontradas no comércio com rótulo de pimenta-malagueta, como sendo pimenta-café. Esta denominação decorre do aroma característico da fruta que se assemelha ao cheiro do grão de café em fase de secagem. Além disso, outra característica fundamental que difere a malaguetinha silvestre das espécies híbridas é o tamanho e a coloração do fruto. A variedade original apresenta um fruto menor do que as espécies mais comuns e, mesmo após amadurecido, a pontinha do fruto preserva um tom levemente esverdeado.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

4)Composteira: solução para fazer a compostagem em pequenos espaços



Embora a compostagem em pilhas apresente a vantagem de não exigir equipamento especial, apenas algumas ferramentas como pás e enxadas, por exigir amplos espaços e volumes relativamente grandes de resíduos animais e vegetais, seu uso fica restrito às propriedades rurais, não podendo ser praticada por quem dispõe de um quintal na cidade, por exemplo.

Contudo, essas limitações de espaço e de quantidade de resíduos não impedem quem deseja reciclar seus resíduos orgânicos de realizar a compostagem. O uso de composteiras é indicado para quintais, varandas de apartamentos ou mesmo garagens, pois ocupam uma superfície pequena quando comparadas à pilha de composto aberta.

A composteira mais conhecida atualmente é uma caixa de madeira sem fundo nem tampa desenvolvida na década de 1940, na Nova Zelândia.
A caixa neozelandeza tem um tamanho padrão: 1 metro por 1 metro na base e também 1 metro de altura, permitindo a circulação de ar pelas laterais.Quando cheia, ela pode ser desmontada e montada novamente ao lado da posição anterior, porque suas paredes laterais são removíveis. Ao transferir a matéria orgânica de uma posição para outra, a pessoa estará fazendo o revolvimento do material. Pode-se também contruir duas ou três caixas simultaneamente, para que a matéria orgânica seja transferida de uma caixa para outra. Em hortas domésticas ou jardins, o tempo para o enchimento da caixa pode ser de um mês ou mais.

Uma outra opção interessante para quem possui um quintal ou espaços de até 1 ha, é a composteira feita com cesto telado, que nada mais é do que um cilindro formado com tela plástica ou de galinheiro, dessas que se encontram em casas de material para horticultura e jardinagem. As vantagens do cesto telado é ser leve, resistente e não enferrujar.

"O mais importante em uma composteira, independentemente do tamanho e forma, é que ela permita a circulação de ar e comporte cerca de 1 metro cúbico de resíduos"; afirma o professor Marcelo Jahnel, da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo. Essas regras limitam as dimensões da composteira de cesto telado:

Se for muito alta (mais de 1,5 m), o peso do material deixará a base compactada demais, dificultando o revolvimento e impedindo uma aeração adequada.
Se tiver menos de 1 metro de altura ou de largura, perderá calor e umidade.
Se a largura ultrapassar 1,5 metro, o ar não penetrará no interior do composto
De acordo com as disponibilidades de materiais e a criatividade de cada um, podem ser construídos outros tipos de recipientes para compostagem, desde que se respeitem as regras anteriormente citadas. As vantagens de se construir a própria composteira são a economia de dinheiro e o aproveitamento de materiais disponíveis ou de fácil acesso na região. O importante é começar, pois uma vez experimentados os benefícios da compostagem, quem a realiza não deseja mais parar. Mas, não se preocupem, caros leitores: fazer compostagem não vicia, é apenas uma atividade apaixonante como todo aprendizado com a natureza que a Agroecologia nos proporciona.

Fontes:

"Manual de Horticultura Ecológica", João Francisco Neto, Ed. Nobel, 1995.
"A Horta Intensiva Familiar", Lourdes Maria Grzybowwski, AS-PTA, 1999.
"Cadernos de Reciclagem 06: Compostagem – A outra metade da reciclagem", Marcelo Jahnel, Cempre, 1998.
"Adubo no Cesto", Revista Globo Rural, janeiro de 1998.
"http://www.planetaorganico.com.br/composto4.htm"
A compostagem é uma técnica geralmente realizada ao ar livre, no fundo do quintal e de preferência escondido para não disseminar os odores desagradáveis. Porém, já há uma alternativa: a composteira “indoor” criada pela empresa america NatureMill.


Composteira "INDOOR"


Produzida para encaixar perfeitamente sob a pia da cozinha, essa composteira pode processar até 55 Kg de resíduos orgânicos por mês consumindo apenas 10 watts de energia. Segundo a empresa, o aparelho não produz nenhum cheiro desagradável e não atrai moscas.

O processo de compostagem é realizado em uma câmara interna selada. Um pequeno ventilador é responsável pela introdução de ar à câmara. O aparelho conta ainda com uma barra misturadora e um aquecedor que mantêm o processo funcionando na temperatura correta. Uma luz vermelha indica quando o composto ficou pronto podendo ser retirado - uma vez a cada duas semanas segundo a empresa fabricante.

A composteira pode receber cerca de 2Kg de resíduos por dia e, diferentemente da compostagem realizada no quintal, pode receber restos de carne, peixe e frango, devido à elevada temperatura do processo e à câmara isolada.

Preços iniciam em U$299.

Via NatureMill

A dica desta composteira é interessante, por que o custo benefício é bem satisfatório. Sem contar que o consumo de energia é baixíssimo.

sábado, 27 de setembro de 2008

SENTIDO DO MATRIMÔNIO


O café da manhã que mamãe preparava era maravilhoso!
Embora fôssemos uma família humilde, minha mãe sempre preparava com muito carinho a primeira refeição do dia.
Era ovo frito com farinha, outro dia era ovo escaldado, depois era bife com pão, lingüiça com ovo e pão...
Tudo feito com simplicidade.
Ao acordar, naquela manhã, quando retornei da ' lua de mel,' para ir ao trabalho, pensei que encontraria a mesa posta, o café da manhã preparado.
Como estava acostumado com a casa da mamãe, pensei que acordaria com aquele gostoso cheirinho que vinha sempre da cozinha lá de casa.
Olhei para o lado e vi minha esposa, Neusa, dormindo profundamente.
Feito um anjinho - de pedra!
Raspei a garganta, fiz barulho tentando acordá-la.
Nada!
Fui para o trabalho irritado, de barriga vazia.
O local do trabalho ficava a uns cinco minutos do apartamento que alugávamos.
Ao me sentar na mesa de trabalho, sentindo a estômago roncar, abri a Bíblia no seguinte trecho:
' O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles ' (Lucas 6:31).
Disse pra mim mesmo:
' O Senhor não precisa dizer mais nada ' .
Lá pelas nove horas da manhã, hora em que se podia tirar alguns minutos para o café, dei um jeito de ir até o apartamento, não sem antes passar em uma padaria e comprar algumas guloseimas.
















Preparei o café da manhã e levei na cama para Neusa.
Ela acordou com aquele sorriso tão lindo!
Estamos para completar Bodas de Prata.
Nesses quase vinte e cinco anos de casamento, continuo repetindo esse gesto todos os dias.
E com muito amor!
Estou longe de ser um bom marido, mas a cada dia me esforço ao máximo...
Tenho muito a melhorar, tenho de ser mais santo, mais paciente, mais carinhoso.
Sinto-me ainda longe disso, pois o modelo que estou mirando é Jesus:
' Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como Cristo amou a sua igreja e se entregou por ela ' (Efésios 5:25).
O matrimônio é um desafio, pois a todo o momento temos que perdoar e pedir perdão.
A cada dia temos que buscar forças em Deus, pois sem Ele nada podemos fazer.
Quando Paulo se despedia dos cristãos em Efésios, citou uma bela frase :
' Há mais felicidade em dar do que há em receber ' (Atos 20:35).
Quando se descobre isso no matrimônio, se descobre o princípio da felicidade.
Por que muitos casamentos não tem ido adiante?
Porque o egoísmo tomou conta do casal. É o ' cada um por si ' que vigora.
Estamos na sociedade do descartável: copo descartável, prato descartável, etc.
Pessoas não são descartáveis, porém, o que não é descartável precisa ser cuidado para ser durável.
O mundo precisa do testemunho dos casais de que o matrimônio vale a pena!
E, para que isso aconteça, é necessário um cuidado amoroso e carinhoso por parte do marido e da esposa.
Ambos têm o dever de cuidar um do outro com renovados gestos de carinho e perdão diariamente.
É preciso declarar, todos os dias o amor, em gestos e palavras.



A primeira palavra que sempre digo para minha esposa ao iniciar o dia é:
' Eu amo você ' . Não é fácil dizer isso às vezes, pois muitas vezes acordo de mal comigo mesmo.
Faça isso agora também. Declare seu amor!
Aos solteiros e aos que ainda não se casaram, quero dizer o seguinte:
'Se você estiver pensando em casar para ser feliz, não se case!
Fique como está, solteiro mesmo.'
Mas, se sua intenção é casar para fazer alguém feliz, case-se e você será a pessoa mais feliz do mundo!
O segredo da felicidade é fazer o outro feliz!

Jonas Lino
OBS.: Matéria tirada da revista das FOCOLARES, sem identificação do autor.

PIMENTAS


Como já disse, cozinha para mim é alquimia, é a química na sua forma mais pura.
Os temperos são a base de toda culinária, os primeiros habitantes tupiniquins já utilizavam
pimentas e ervas no preparo de seus alimentos.

















Conta-se que o Bispo Sardinha teve sérias desavenças com o Governador Geral do Brasil e a coisa ficou tão séria que a corte o chamou de volta a Portugal para que se explicasse. Mas o navio naufragou nas costas brasileiras, os sobreviventes nadaram desesperados até a praia, mas deram azar. Os índios (antropófagos) estavam esperando que o jantar chegasse até eles. Desculpem o trocadilho, mas jantaram o Sardinha, temperado com muita pimenta socada com ervas e assado no muquém.

Temperos e especiarias, foram os motores que impulsionaram as grandes descobertas. Segundo Jean-Marie Pelt, usadas como condimentos, moeda, perfumes ou remédios, especiarias e ervas acompanham o homem, seus inventos e descobertas há milênios. Nos séculos XV e XVI eram um bem tão valioso que impulsionaram as Grandes Descobertas. Bem antes disso, já figuravam na Bíblia e nos Evangelhos, e hoje é contínuo o interesse por temperos orientais, medicina fitoterápica e os usos e poderes de plantas e sementes. Para saber mais sugiro a leitura do livro:


Especiarias & Ervas Aromáticas
História, botânica e culinária

Jean-Marie Pelt




As pimentas americanas, só se tornaram conhecidas depois dos grandes descobrimentos. O velho mundo conhecia as pimentas orientais:


Piper longum















Piper cubeba














Piper nigrum














Amomum melegueta



De todas, a que considero mais interessante, é a pimenta da Guiné (amomum melegueta) Esta especiaria da família dos cardamomos tem um gosto picante e apimentado e substituía a pimenta quando esta tinha preços muito caros.





Os grãos são as sementes de uma planta que parece um caniço, atingindo 2 metros de altura, e são extraídos da polpa amarga do fruto e secados antes da consumação.
Originária da Costa Ocidental da África, do litoral do Golfo da Guiné, é conhecida em Sierra Leone e Congo com o nome de malagueta, ou grão do paraíso, mas este nome muitas vezes também indica o cardamomo, principalmente em receitas medievais. Levada pelo Saara, partiu para a Europa via Trípoli. Seus primeiros exportadores foram os árabes e, depois, os mercadores portugueses. No passado, os grãos eram utilizados para condimentar vinhos e cervejas, e, no século XVII, eram conhecidos por suas propriedades tonificantes. Hoje, são pouco usadas na Europa, mas ainda muito difundidas na África Ocidental e no Maghreb, principalmente para condimentar pratos de carneiro na brasa, batatas e berinjelas. Seu uso medicinal demonstra que diminuem flatulência e têm efeitos diuréticos e estimulantes. Muito usada na medicina africana e veterinária. Difere inteiramente das pimentinhas, que no Brasil, denominam-se malaguetas.

3)Manutenção, cuidados e verificando a maturidade do composto



Manutenção e cuidados com o composto

Durante os primeiros dias, em função da decomposição da matéria orgânica e do acamamento do material, a pilha pode ter seu volume reduzido até um terço do inicial, tornando as camadas inferiores mais densas. Para descompactar essa camada, recomenda-se fazer o revolvimento da pilha, usando pás e enxadas.
Cabe lembrar que o revolvimento manual da pilha dá trabalho e deve ser feito de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra do local. O ideal é que sejam feitos pelo menos três revolvimentos no primeiro mês de compostagem, aos 7, 17 e 30 dias, aproximadamente. Nessas datas, deve-se aproveitar para verificar a umidade da pilha e, caso seja necessário, irrigar o material para torná-lo úmido mas não encharcado.
É importante manter sempre a umidade adequada, entre 40% e 60%, ou seja, de modo que quando aperte um punhado composto na mão pingue, mas não escorra água. No período sem chuvas, deve-se cuidar para que não seque, regando por cima, cada dia um pouco. Se ocorrerem chuvas fortes e por um longo período, é bom cobrir o composto enquanto chove com plásticos seguros por tijolos ou pedras. O reviramento da pilha faz perder o excesso de umidade.
No verão, se o composto estiver a pleno sol, é bom cobri-lo com folhagens para evitar o excesso de evaporação de água.
Uma vez que a pilha de composto foi montada, não se deve acrescentar novos materiais. Pode-se começar a juntá-los novamente no lugar destinado a fazer as próximas pilhas de composto.

Se o material colocado na pilha estiver dentro das proporções corretas, se as demais condições de umidade, temperatura e aeração forem atendidas e houver os revolvimentos periódicos da pilha, o composto estará pronto para uso em um prazo que varia de 60 a 90 dias.
Uma vez pronto, ou seja, quando o composto estiver maduro, ele não deve ficar exposto à ação do tempo. Enquanto não for utilizado, deve permanecer umedecido e protegido do sol e da chuva.



Verificando a maturidade do composto
Quando o composto for destinado para enchimento de covas de árvores, vasos de flores ou no preparo de canteiros para hortas, deve-se ter a certeza de que o material está realmente curtido, maduro, ou seja, pronto para o uso.
O composto maduro tem um cheiro agradável de terra vegetal úmida (terra de floresta) e os materiais usados formam uma massa escura na qual não se diferencia um material do outro. Numa pilha, quando a temperatura no interior da mesma fica próxima ao da temperatura ambiente (composto "frio" por dentro, num perído de 60 a 90 dias após o início do processo), pode-se considerar que o composto está maduro. Uma forma simples de se verificar a maturação do composto é misturando uma porção dele em um copo de água. Vai ocorrer um desses fenômenos:

O líquido, após revolvido, fica escuro como se fosse uma tinta preta e tem partículas em suspensão, mostrando que o composto está curado, pronto para uso.

A água não foi colorida pelo material colocado e ele se depositou no fundo do copo, indicando que o processo de compostagem ainda não terminou e deve-se esperar mais para se utilizar o composto.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O ato gratuito


(Gravura extraida do livro de Domingos Paschoal Cegalla, 8ª série do primeiro grau)


Muitas vezes o que me salvou foi improvisar um ato gratuito. Ato gratuito, se tem causas, são desconhecidas. E se tem consequências, são imprevisíveis.
O ato gratuito é o oposto da luta pela vida e na vida. Ele é o oposto da nossa corrida por dinheiro, pelo trabalho, pelo amor, pelos prazeres, pelos táxis e ónibus, pela nossa vida diária enfim - que ésta é paga, isto é, tem seu preço.
Uma tarde dessas, de céu puramente azul e pequenas nuvens branquíssimas, estava eu escrevendo à máquina - quando alguma coisa em mim aconteceu.

Era o profundo cansaço da luta.
Eu percebi que estava sedenta. Uma sede de liberdade me acordara.


Eu estava simplesmente exausta de morar num apartamento. Estava exausta de tirar idéias de mim mesma. Estava exausta do barulho da máquina de escrever. Então a sede estranha e profunda me apareceu. Eu precisava - precisava com urgência - de um ato de liberdade: um ato que é por si só. Um ato que manifestasse fora de mim o que eu secretamente era. E necessitava de um ato pelo qual eu não precisava pagar. Não digo pagar com dinheiro mas sim, de um modo mais amplo, pagar o alto preço que custa viver.
Então minha própria sede guiou-me. eram 2 horas da tarde de verão. Interrompi meu trabalho, mudei rapidamente de roupa, desci, tomei um táxi que passava e disse ao chofer: "Vamos ao Jardim Botânico." "Que rua?", perguntou ele." O senhor não está entendendo", expliquei-lhe; "Não quero ir ao bairro e sim ao Jardim do bairro." Não sei por que, olhou-me um instânte com atenção.
Deixei abertas as vidraças do carro, que corria muito, e eu já começara minha liberdade deixando que um vento fortíssimo me desalinhasse os cabelos e me batesse no rosto grato, de olhos entre-fechados de felicidade.
Eu ia ao Jardim Botânico para quê? só para olhar. Só para ver. Só para sentir. Só para viver.
Saltei do táxi e atravessei os largos portões.
A sombra logo me acolheu. Fiquei parada. Lá a vida verde era larga. Eu não via ali nenhuma avareza: tudo se dava por inteiro ao vento, ao ar, à vida, tudo se erguia em direção ao céu. E mais: dava também o seu mistério.
O mistério me rodeava. Olhei arbustos frágeis recém-plantados. olhei uma árvore de tronco nodoso e escuro, tão largo que me seria impossível abraçá-lo. Por dentro dessa madeira de rocha, através de raízes pesadas e duras como garras - como é que corria a seiva, essa coisa quase intangível e que é vida? Havia seiva em tudo como há sangue em nosso corpo.
De propósito não vou descrever o que vi: cada pessoa tem que descobrir sozinha. Apenas lembrarei que havia sombras oscilantes, secretas. de passagem falarei de leve na liberdade dos pássaros. e na minha liberdade. mas é só. O resto era o verde úmido subindo em mim pelas minhas raízes incógnitas. eu andava, andava. às vezes parava. já me afastara muito do portão de entrada, não o via mais, pois entrara em tantas alamedas. eu sentia um medo bom - como um estremecimento apenas perceptível de alma - um medo bom de talvez estar perdida e nunca mais, porém nunca mais! achar a porta de saída.
Havia naquela alameda um chafariz de onde a água corria sem parar..
Era uma cara de pedra e de sua boca jorrava a água. bebi. Molhei-me toda. Sem me incomodar: esse exagero estava de acordo com a abundância do jardim.
O chão estava as vezes coberto de bolinhas de ararueira, daquelas que caem em abundância nas calçadas de nossa infância e que pisamos, não sei por que, com enorme prazer. Repeti então o esmagamento das bolinhas e de novo senti o misterioso gosto bom.
Estava com um cansaço benfazejo, era hora de voltar, o sol já estava mais fraco.
Voltarei num dia de chuva - só para ver o gotejante jardim submerso.

(Clarice Lispector, Jornal do Brasil, 8 de abril de 1972, Rio)

Clarice Lispector, uma de minhas escritoras preferidas. Mulher de fina sensibilidade, é sem dúvida na crônica que Clarice nos revela a beleza sutil de sua arte. Optei por postar esta crônica em especial, por ser através dela em meu livro de 8ª série (Domingos Paschoal Cegalla) que travei conhecimento com a obra de Clarice e nunca mais me esqueci...


(capa do livro, guardo ele comigo até hoje, foi um dos poucos livros de primeiro grau que conservei. Detalhe: repararam no uniforme? O meu era igualzinho, alguém mais usou as famosas blusinhas brancas com saias ou calças cor de chumbo? E tem o detalhe das pregas macho.)
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